terça-feira, 22 de março de 2011

22 de março, Dia Internacional da Água


Agostinho Vieira - 22.03.2011

Falta de água pode afetar 55% das cidades até 2015

Crescemos escutando na escola que o Brasil é o país do futuro justamente por não nos faltar recursos naturais. Temos em abundância até o mais precioso deles: a água. Nosso país é abençoado por 12% de toda a água doce que existe no planeta.

Acontece que anos de mau uso somados à incompetência dos governos para construir a infraestrutura necessária para garantir o acesso da população a um abastecimento de qualidade e à rede de saneamento básico fizeram com que o Brasil agora tenha que desembolsar grandes quantias de maneira ágil para evitar a falta de água.

Segundo o Atlas Brasil, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e que estará disponível a partir das 18h de hoje, Dia Mundial da Água, serão necessários R$ 70 bilhões até 2025 em obras de água e esgoto para evitar o desabastecimento nos próximos anos.

Já em 2015, 55% das cidades brasileiras poderão ter seu acesso à água comprometido, dessas, 84% necessitam de investimentos para adequação de seus sistemas produtores e 16% precisam de novos mananciais. São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal estão incluídas nessa percentagem.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a escassez de água afeta 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo, enquanto outros 500 milhões já começam a sofrer pela falta de água. Marcando o Dia Mundial da Água, a ONU está realizando nesta semana uma conferência na Cidade do Cabo, na África do Sul, chamada UN World Water Day 2011, que está sendo focada principalmente nos problemas de abastecimento e saneamento urbano.

A escassez dos recursos hídricos é uma preocupação global e afeta diversos setores, por isso as soluções devem ser pensadas multidisciplinarmente e sem fronteiras.

- Abastecimento e saneamento são importantes, mas a falta de água implica na segurança energética, alimentação, desenvolvimento econômico etc. Precisamos de uma visão integrada para achar soluções que lidem com todos esses fatores - resumiu Julia Bucknall, do Banco Mundial.

A ONU afirma que quem mais sofre com a falta de água é justamente a população pobre, que acaba tendo que pagar mais pelo recurso. Hoje, um habitante nas favelas de Nairóbi se quiser comprar água limpa paga até sete vezes mais caro que um cidadão norte-americano.

Não restam dúvidas de que a boa gestão dos recursos hídricos é uma das prioridades mundiais nas próximas décadas. O Brasil tem a chance de melhorar a sua situação utilizando sabiamente os investimentos para a Copa do Mundo e Olimpíadas e finalmente gerenciar adequadamente suas reservas.

Vale ainda ressaltar que medidas simples adotadas por cada um de nós podem sim fazer grandes diferenças. Reutilização e moderação são palavras chave que ajudariam a evitar que nossas cidades tenham racionamento no futuro.

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