domingo, 9 de agosto de 2009

Dia dos Pais


Num banco do jardim estão sentados dois senhores de idade avançada. Neste momento chega um rapaz e diz: como é, papai? Vamos embora ou o senhor vai ficar ai? Estou com pressa.
O mais idoso se dirige ao outro e diz: eu queria que as pessoas, ou nossos filhos tivessem mais paciência conosco, que já estamos velhos, no terminal da vida. Já não temos a mesma agilidade que eles; nossas pernas estão tropegas, a nossa audição esta falha. As vezes pedimos para repetir o que dizem. Às vezes molhamos a roupa pela incontinência urinária.
Reclamam por não comermos, não sabem que os nossos dentes são poucos. Às vezes nos sentimos inúteis diante da modernidade atual. Entornamos a bebida ou derramamos a comida sobre a mesa.
Eu queria que eles soubessem que muitas vezes, eu trocava as suas fraldas. Que lhes dei comida para alimentá-los. Que acordei muitas noites e lhes embalei para dormir. Que tive paciência em fazer com que andassem. Que suportava seus choros altas horas da noite.
Hoje é o dia dos pais. Recebemos presentes, recebemos carinhos de nossos entes queridos, mas o que mais precisamos, ao chegar à velhice, é mais compreensão, que não nos desprezem quando não somos mais úteis, que não nos abandonem em um asilo no meio de pessoas desconhecidas. Que respeitem a nossa surdez, que desculpem a nossa incompreensão. Que respeitem o nosso andar lento, a nossa pouca visão e as nossas mãos trêmulas. E saibam que também, um dia, serão pais e que também ficarão velhos.

Mensagem escrita por José Erasmo Tostes em setembro de 2003 no Jornal Liberdade de Expressão.

Um comentário:

Anônimo disse...

GOSTARIA DE DESEJAR A TODOS PAIS DE MIRACEMA O MEU PARABENS PELO SEU DIA.
CECEIA