Hospital de Miracema (continuação)

Em 1998 o hospital encontrava-se em uma grave situação financeira, em decorrência de dois fatores. A redução drástica das autorizações de internações hospitalares(AIH) de 500 para 160 por mês, e o prejuizo diário nos atendimentos das emergências ambulatoriais que não eram custeadas pelo SUS. Naquela época chegaram a meditar em concordata e até na entrega da instituição a Prefeitura, o que seria o abraço dos afogados, visto que os dois entrariam em colapso financeiro. Diante disso fizemos um convênio da Prefeitura com o Hospital em que pagaríamos pala tabela do SUS os partos cirúrgicos não custeados pelo SUS e, concomitantemente, construimos o Pronto Socorro municipal absorvendo as emergências, aliviando o Hospital de prejuizo neste segmento.
Com estas medidas e com uma reestruturação administrativa realizada pela nova direção, o Hospital reergueu-se, pagando as dívidas com fornecedores e entrando em um estágio de equilibrio financeiro. A administração que nos sucedeu na Prefeitura, não só manteve o convênio como aumentou sua abrangência. Para que o leitor entenda melhor, o Hospital tem direito a 160 internações pelo SUS, mas chega a internar 200 por mês. Estas internações excedentes, se o poder público não absorver entra no prejuizo, visto ser de pessoas carentes que não podem pagar pelo atendimento.
Lamentávelmente a administração atual da Prefeitura, suspendeu os convênios desde 01 de janeiro, o que desestabilizou novamente o Hospital que atende 90% do SUS em Miracema. Diante desta nova realidade, estive acompanhado do Deputado André Corrêa no dia 3 de junho, com o Secretário Estadual de Saúde expondo a gravidade da situação, e solicitando o aumento de AIH para nosso Hospital. O Secretário nos informou que estava havendo um estudo para aumentar o número de AIH para os municípios até 100 mil habitantes, pois todos Hospitais conveniados com o SUS estão com graves problemas financeiros.
Não devemos nos esquecer que a manutenção de um Hospital é de custo muito alto, em decorrência do preço dos equipamentos, dos medicamentos e do pessoal técnico necessário a um bom atendimento a população. Ao mesmo tempo que estamos com esperança de solução pela Secretaria Estadual de Saúde, ficamos perplexos e entristecidos pela atitude irracional da atual administração municipal em fechar as portas para o Hospital de Miracema. Se não houver solução será um desastre incomensurável para nosso município.