domingo, 29 de março de 2009

É preciso

"Não existe, hoje, nenhum medicamento no Brasil que tenha margem de lucro inferior a 500%"
Antonio Barbosa-Presidente do CRF do DF
O preço dos medicamentos no nosso País atingiu nivel absurdo, abusivo, inaceitável. Já houve época que o governo concedeu incentivos fiscais aos laboratórios para redução de preços dos medicamentos, mas o que houve foi eles se beneficiarem sem baixar os preços. Quando há aumento da cotação do dolar os laboratórios argumentam a elevação de custos e conseguem aumento substancial do preço, mas com a queda da cotação do dolar o preço permanece inalterado.Os laboratórios argumentam que investiram em pesquisa e precisam tirar os custos, só que no terceiro ano os laboratórios já tiraram este custo. De 1995 a 2005 o aumento acumulado nos preços dos medicamentos foi de 954%,enquanto o da inflação foi de 170% e o do salário mínimo de 250%.
Hoje 65% dos pacientes do SUS não tem acesso a medicamentos em decorrência dos preços abusivos e esta situação agrava-se dia após dia. O que referencia o preço no mercado são as patentes, mas 90% dos medicamentos já perderam as patentes.Permitir reajuste neste momento é ato irresponsável e desumano. É preciso ficar atento, é preciso protestar, é preciso uma movimentação da justiça, é preciso uma defesa do consumidor, é preciso respeito aos pacientes, é preciso frear este capitalismo selvagem.

4 comentários:

Anônimo disse...

A única solução para frear a ganância neoliberal de lucro excessivo da indústria farmacêutica (que não tem pátria) no Brasil é a sua estatização pelo Estado brasileiro.

Antonio Carlos disse...

Talvez não a estatização completa, mas um sistema de freio. Porque tudo na mão do Estado custa mais caro e não procura a perfeição. Precisaria de uma Agência Reguladora atuante. O que aliás ainda não existe nem sequer nos setores que aparentemente possuem tais agências.

Hugo Fernandes disse...

Além dos altos preços dos remédios no Brasil, a gestão pública também sofre.
Hoje os repasses Estaduais e Federais são cada vez menores, e no caso de Miracema por exemplo, um município pobre, que arrecada pouco, ainda tem que aplicar 15% desses repasses para a saúde.
E o pior que se o assistido for até lá e no momento não tiver o remédio, ele procura a Defensoria Pública, e ai... é um Deus nos acuda.
Ser Secretário de saúde hoje é um desafio e tanto.

Hugo Fernandes

Anônimo disse...

Saúde e educação são fundamentais em qualquer governo de país sério. No nosso, a educação de 3º grau privada que deveria ser modelo é pior que as universidades públicas. A Fiocruz dá banho de competência quando se trata de remédios populares porque a indústria privada não está nem aí quando se trata de valores baixos, pois a margem de lucro também é baixa. Só estatizando os laboratórios que vamos melhorar, pelo menos um pouco.